De todos os lugares que fomos nessa viagem pela Itália, sem dúvida a Toscana foi nosso preferido. Nossa alta expectativa foi superada. Passear por esta região central da Itália foi o que mais deixou um gostinho de “quero mais”. Vai ser difícil traduzir em palavras o que foi realizar o sonho de passear por esses tão belos campos verdes adornados de villas de pedras e suas estradinhas enfeitadas por típicos ciprestes.

Se você traçar uma linha reta de Florença, a capital da região mais ao norte, até, por exemplo, Pitigliano, mais ao sul, encontrará uma distância de uns 200 Km. Só que não é um percurso a ser feito em 2 horas. Pra mim, o grande prazer da Toscana é passear por seus caminhos com calma, a uns 20 Km/h, de vidros abertos (ou capota aberta, como você vê muita gente fazendo em conversíveis), apreciando a paisagem, parando inúmeras vezes pra dar passagem aos outros carros, pra ficar olhando para as belas vistas, os parreirais, oliveiras, as casinhas de pedra, as cidades muradas, muitas no alto de colinas…

Aliás, é por isso que várias cidades têm nome de Monte-alguma-coisa: Montepulciano, Montalcino, Monticchielo. Ficam no alto de montes, estrategicamente localizadas por questões de defesa. São cidades medievais bem preservadas que te fazem viajar no tempo.
E não sou só eu que acho que na Toscana o caminho é a grande atração. Dividi as estradinhas com diversos trekkers de mochilão e diversos grupos de ciclistas, ambos com gente de todas as idades percorrendo esses caminhos em grupos, visitando as cidadezinhas, comendo e se divertindo nos restaurantes. Gosto de ver gente de cabeça branca ainda aproveitando a vida, e vejo isso muito na europa: andam de bike, esquiam, fazem trilhas, viajam pelo mundo… Quero chegar lá desse jeito!
Depois descobri que há diversas empresas especializadas nesse tipo de turismo pela região: montam passeios de bike em grupos, vão com carro de apoio, têm um roteiro pré-definido com hotéis reservados. E aí vai minha grande dica pra Toscana: se possível, essa é a maneira de visitar a região direito: vá de bike! (Lembre-se que há bicicletas elétricas hoje em dia, para os menos preparados fisicamente.

Sabem o que eu fazia de carro? Eu pegava a direção da próxima cidade pelo GPS, saía das estradas principais e me embrenhava pelas estradinhas de pedrisco branco, no meio das plantações mesmo, sem me preocupar em me perder, sem saber se aquela estrada teria fim, sem pressa. Não importava se era o caminho certo, se o GPS mandava dar meia-volta, se era o caminho mais longo ou mais lento, nada. Só importava o passeio e toda beleza a nossa volta. Dirigi em transe.
A Toscana não é um sonho?
Parece que um monte de gente toma a mesma decisão de sair das estradas asfaltadas, principalmente o pessoal que fazia trilha – cruzei com vários deles no caminho me olhando com cara assustada (sim, eu sei, não era pra eu estar ali – ou será que ficaram com medo da minha direção? Já falei que sou barbeiro?). Às vezes entrava nos acessos às Villas, às vezes tinha uma placona de propriedade privada, mas deu tudo certo. Adorei ter aproveitado o passeio dessa forma.

Além do cenário, o grande responsável por esse clima de ficar filosofando, dizendo que o importante é o percurso e não o destino – assim como a vida, é o danado do vinho! Outra razão pra você visitar a região (e andar devagar), é o vinho – ou – os vinhos da região!
Terra dos Brunellos, Rossos, Chiantis, diversos vinhos premiados e cada um com uma história pra contar. Você pode visitar enotecas e vinícolas em todas as cidades. Fazer degustações e comprar vinhos excelentes por preços muito atrativos! Nos restaurantes, a taça de vinho era mais barata que a latinha de refrigerante (que você vê muito pouca gente bebendo na Itália).
O vinho é tão barato que você passa a achar até a água meio cara, sabe? Me mantive “no grau” o tempo todo.
Para acompanhar o vinho, a região da Toscana traz outros sabores a serem apreciados: queijo Pecorino – de cabra criada ali. Prove uma bisteca fiorentina e um embutido de Javali, que são pratos típicos. Vez ou outra você vai achar uma cabeça de Javali empalhada na entrada de um estabelecimento, enfeitada com óculos, chapéu. É meio macabro mas fica engraçado.

Eles capricham na preparação da alcachofra produzida localmente – veja o nível dos italianos com comida, uma simples alcachofra vira uma experiência sensorial extasiante. É assim com cada tomate, cada queijo, cada massa, cada pão, cada azeite…
Não poderia deixar passar a trufa, ou tartufo – o raro cogumelo que nasce debaixo da terra, encontrado por cães treinados que aqui tempera as massas e salga a conta. Quer saber mais sobre Trufas? Veja aqui.
Falei dos caminhos e sabores da Toscana. Resta falar dos destinos – as cidades medievais que também são atrações encantadoras e inesquecíveis. Tanto eles quanto outras dicas e passeios deixarei para o próximo post!
Enquanto isso acompanhe a viagem nesses posts :
Costa Amalfitana e suas surpresas
Costa Amalfitana – Sorrento e Amalfi
Pompéia, uma janela para a história
Grande Abraço!
Willi
Sobre Renato Willi
Meu avô era mecânico de aviões. Meu pai acompanhava meu avô aos aeroportos e via só “gente de cabeça branca” descendo dos aviões. Decidiu que não ia esperar ficar com cabeça branca pra começar a conhecer o mundo e assim seguiu a carreira no turismo, sempre viajando (muito!), como empresário até se “aposentar” – do trabalho, as viagens faz até hoje!
Eu sou o legado deles, fazendo minha parte pra continuar essa história. Adoro viagens, comidas, história, fotografias, paisagens, músicas e andar por aí com a mochila nas costas.
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