Muita gente procura Bali pelas paisagens lindíssimas da ilha, pelo surf e mergulho. Mas não deveria deixar de conhecer um pouco também sobre a espiritualidade do povo balinês. Nesse post conto um pouco do que aprendi sobre a cultura de Bali, sobre sua gente e seus costumes.
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A Cultura de Bali
Bali é desses paraísos cheios de praias maravilhosas, mas na minha opinião, o diferencial está na cultura e na simpatia do povo. Não há outro lugar igual no mundo. O balinês é caracterizado pela humildade e simplicidade, com a religião exercendo um papel muito forte no seu cotidiano.
Os balineses são em sua grande maioria Hindus, aproximadamente 95% da população, enquanto nas outras ilhas da Indonésia a maioria é muçulmana. O hinduísmo chegou a Bali vindo da Índia, quando a realeza de Java fugiu de uma revolução islâmica há muitos séculos atrás. É uma das quatro grandes religiões do mundo e convive muito bem com o budismo, confucionismo e taoismo.
Por toda a ilha, em todos os lugares, você vai encontrar as oferendas, nas calçadas, na porta das lojas, nas casas, em todos os lugares – mesmo! Dizem que as oferendas dos lugares altos são para os espíritos elevados, e as deixadas no chão são para os espíritos ruins. Por isso atenção redobrada pra não chutar justamente a oferenda de um espírito do mal heim… É um ritual praticado várias vezes por dia, e, para eles, todo tipo de espírito merece atenção.
Os hindus de Bali acreditam numa ordem do cosmos, e, no lugar do ciclo de morte e reencarnação, típico do hinduísmo indiano, os balineses acreditam nos espíritos dos ancestrais. Eles acreditam que os espíritos podem reencarnar em novos membros da família ou de até de outras, como num bebê do vizinho, por exemplo.
A importância da família
A família é de grande importância para os balineses. Ter um filho único em Bali é uma coisa rara. Um fato curioso diz respeito as nomes. Não há grande variedade porque normalmente o primeiro nome é definido numa ordem cronológica de nascimento. Isso mesmo, o primeiro filho se chamará Wayman, o segundo filho se chamará Made, o terceiro filho se chamará Nyoman e o quarto filho se chamará Ketut, independente do sexo. E se a família tiver mais de cinco filhos os nomes se repetem. Já o sobrenome é definido por uma caraterística que represente a personalidade da pessoa. Por isso mesmo, só é definido após o bebê ter ao menos três meses.
A casa balinesa tem normalmente três partes: a área da pureza, representada pelo templo, os espaços intermediários representados pelos quartos e as área impuras, onde é colocado o lixo da casa. Os balineses são cheios de simbolismos, os cômodos da casas, por exemplo, são orientados pela posição solar.
Tradicionalmente eles vivem juntos na mesma casa durante toda a vida. O “patriarca” adquire um grande terreno para que todos da família possam residir ao redor da dele, onde também é construído o templo da casa. Toda casa precisa de um templo, e por isso, somados os templos públicos, se diz que em Bali existem mais templos do que casas. Quanto maior a família, maior deve ser o templo. Os jovens ainda se casam cedo e ainda estão influenciados pelo sistema de castas. Para os balineses a separação ainda é muito mal vista. Quando acontece, a tradição é que os filhos fiquem com o pai, ao invés da mãe. Por esta razão as mães se sujeitam até a morar no mesmo terreno, ainda que o pai tenha se casado novamente. Isso para não perder a convivência com os filhos.
Festivais Hindus
Existem muitos festivais para celebrar e agradecer todo o bem que eles tem na vida. Os balineses acreditam que estão protegidos pela sua religião e justamente por isso nenhuma grande catástrofe afetou a ilha deles até hoje. São vários rituais diários, alguns festivais chegam a movimentar toda a ilha. Para mim o maior exemplo é o Nyepi Day – o dia do silêncio. De acordo com a cultura de Bali, eles acreditam que neste dia os Deuses descem à Terra para ver como as coisas estão. E se todos estiverem em silêncio, e em paz, ficam satisfeitos e retornam ao seu mundo.
Não estava na ilha neste dia mas pude conversar com os locais e soube que todos respeitam esta data, mesmo aqueles que não são hindus, até mesmo os próprios turistas. Não é permitido sair de casa, ninguém trabalha, as luzes devem ficar reduzidas ou apagadas e não se deve comer. Incrível que até o aeroporto de Denpasar, principal porta de entrada da ilha, fica fechado! Parece que é o único aeroporto do mundo que fecha por outro motivo a não ser o clima. O silêncio é eventualmente interrompido pelo latido de um cão. Podem imaginar? É um dia destinado ao silêncio, a meditação e a auto-reflexão. Bom, né? Será que daria certo aqui? O dia seguinte ao Nyepi day é celebrado como “New Year’s day”. Nesse dia as famílias se reúnem para pedir perdão um ao outro e realizar rituais religiosos.
Bom, há muito ainda o que falar da cultura de Bali… Espero encontrá-los em breve nos próximos posts, ok?
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“Island of Gods” – assino abaixo.
Incrível!
Obrigada por sua visita querida Duda!
Adorei saber um pouco da história de Bali. Tenho um amigo neozelandês que sempre vai e me manda fotos de lá. Quem sabe um dia Vou também.
Bali é imperdivel! Coloque na sua lista que vale muito a pena!